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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Bom ou mau humor...


O humor varia. Depende. Muda. E de vez em quando sai pra comprar cigarros e não volta nunca mais. 
Isso, na ficção, porque na vida real ele volta sempre, mesmo que chegue arranhado, arrependido, com frio e sem grana. Mas a nós, humanos, basta que o bom humor volte, não importa em que condições. A gente bota os pezinhos dele na bacia de água quente, oferece um chá, põe pra dormir e com a ajuda do bom Deus, na manhã seguinte ele já está lépido e fagueiro. 
Meu humor cansa de si mesmo em algumas estações, sejam elas do ano, do trem, do metrô ou até mesmo em algumas estações de rádio e televisão. Meu humor de vez em quando sai pra dar uma volta sem avisar, pega as chaves do carro sem pedir licença e sai pra dar uma volta. 
Outro dia, bateu meu carro por distração. Mas eu perdôo. O humor da gente é como um filho, a gente ama de forma incondicional porque sabe que sem ele não há continuidade para a vida. 
Em geral eu não acordo nem de bom nem de mau humor. Acordo sem. Costumo dormir de cara para o travesseiro. Alguns analistas podem interpretar esse gesto como uma tentativa diária de suicídio por asfixia mas no fundo é só pra deixar a barriga mais quentinha. E acordo com a cara toda amassada, dependendo da fronha. Não sei se as vendedoras nas lojas de roupa de cama tem esse dado incluso no treinamento, mas deveriam. Uma fronha que não amassa é essencial para a cara de quem dorme de bruços. 
Quanto levanto da cama e vejo o que é que sobrou da noite anterior diante do espelho e encontro vergões que vão da bocheca à sobrancelha, já fico de mau humor. Mas nada que a água fria da torneira não aplaque. Mesmo porque o vergão acaba saindo. 
Mais importante para o bom humor do que o travesseiro é o horário em que se acorda. No tempo em que eu levantava às 5 todo santo dia para dar aula em Bangu era tão grande que eu nem tinha tempo de prestar atenção no meu humor. Mas qualquer um que já perdeu a hora e acordou atrasado sabe que não há humor que resista ao relógio implacável. 
Hoje, por exemplo, não estou de muito bom humor. Quer dizer, mais ou menos. Não tratei mal ninguém, não fui agressiva, talvez porque eu tenha me contido. 
Há uma curiosidade porém, sobre o humor sobre textos que escrevemos. Não preciso estar de bom humor para escrever coisas engraçadas. Aliás, ao contrário. Muitas vezes, quando estou no meu pior estado, consigo desovar todo meu sentimento no texto e acabo produzindo coisas muito divertidas. Tenho minhas próprias teorias sobre o humor, sobre o inesperado do texto. Uma delas é a de que o humor é um susto do bem. 

2 comentários:

  1. Te lendo não podemos te imaginar mal humorada! m,as todos temos dias NÃO! Se fossem apenas dias SIM, qual a graça? Nem saberíamos valorizar a alegria e bom humor! bjs, tudo de bom,chica

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  2. Sabe, eu imagino VC igual a Chica, com uma impossibilidade de ficar mal humorada. Pois até seus protestos são hilários.
    Um beijão e tenha uma linda semana.

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